Moçambique aposta na reabilitação e requalificação de infra-estruturas portuárias e ferroviárias por considerar que tal facto não só reduz a pressão sobre as estradas, assim como consubstancia a posição que o pais ocupa em termos de transporte de mercadoria na zona.

Aliás, a localização estratégica de Moçambique na região obriga o Governo a investir em infra-estruturas de transporte, o que traz mais-valia não só para o país, como para os vizinhos, sobretudo os que não têm acesso ao mar.

Para o Presidente da República, Filipe Nyusi, falando ontem (23 Novembro 2023), em Manica, na reinauguracão da Linha de Machipanda, o impacto imediato da reabertura da via é a retoma, a partir de segunda-feira, do comboio de passageiros Beira-Machipanda, o que não sucedia há mais de duas décadas.

Disse ainda que a linha vai permitir, nos próximos tempos, a introdução de uma Automotora ligando Beira Chimoio e apelou para que não se olhe para o comboio como concorrente do transporte rodoviário.

Filipe Nyusi destacou que, ao investir nesta linha, Moçambique está a cumprir o seu papel no âmbito da integração regional, sublinhando que, para além de assegurar o transporte de passageiros, a linha vai permitir o aumento do volume de manuseamento de carga.

O Presidente da República e o seu homólogo zimbabweano, Emmerson Mnangagwa não só inauguram a linha como foram os primeiros passageiros a embarcar. Com efeito, percorreram, durante 45 minutos, os cerca de 22 km que ligam a Estacão de Manica à de Machipanda.

Avaliadas em 200 milhões de dólares, as obras decorreram entre Agosto de 2019 e Novembro de 2023 e tiveram como objectivo a redução substancial do tempo de trânsito dos comboios de 18 para 12 horas. Os mesmos incluíram a substituicão de carris, troca de travessas de madeira por de betão armado, para além de balastros.

A linha de 317 km liga o Porto da Beira, em Sofala, à vizinha República do Zimbabwe devendo beneficiar também a Zâmbia e o Malawi.

As obras conferiram um padrão internacional à linha, que é hoje segura e confortável, esperando-se que diminua substancialmente o descarrilamento de comboios e aumente a capacidade de transporte da via para três milhões de toneladas por ano.

O Presidente do Zimbabwe, Emmerson Mnangagwa, convidado ao acto, considerou que a reinauguração da linha constitui o comprometimento de Moçambique no desenvolvimento do seu país, assim como de outros da região Austral que não têm acesso ao mar.