100estacao-topEm 19 de Março de 2010, a Estação Central dos Caminhos de Ferro em Maputo, considerada a sétima mais bela do Mundo, completou 100 anos de existência. A prestigiosa menção, feita por um dos mais prestigiados órgãos de informação internacionais, é motivo para regozijo da empresa e do País. Construída no início do século XX, aqui se traça a história deste belíssimo edifício. 

As celebrações do centenário da emblemática estação ferroviária de Maputo, contou com a honrosa presença do Presidente da República de Moçambique, Armando Emílio Guebuza, tendo sido na ocasião descerrada uma placa comemorativa alusiva ao evento. Na ocasião, o Presidente da República, apadrinhou o lançamento da campanha “O Património é Nosso” que visa sensibilizar a sociedade a preservar os bens públicos.

Os planos para a construção da actual estação ferroviária datam de 1904. Assim, sabe-se que no orçamento dos Caminhos de Ferro de 1906-1907 estava já estabelecida uma verba de 40.000$000 réis para o novo edifício e tinha-se igualmente conhecimento que o plano da mesma já tinha sido elaborado, tendo sido enviado para Lisboa para aprovação. Pelo que repetidamente é apresentado pela imprensa da época, estes planos iniciais foram elaborados pelo arquitecto Mário veiga, da Direcção das Obras Públicas, «ajudado pelo Sr. Maroni, um construtor bem conhecido que estava nesta cidade por aquela ocasião». Lisboa viria a introduzir profundas alterações nestes planos iniciais.

 

100anos-estacaoDizia-se então que o seu estilo era «idêntico ao da estação dos caminhos de ferro de joanesburgo», com a diferença que a estação ferroviária de Lourenço Marques tinha um «frontispício mais vistoso e no interior uma passagem comunicando com a gare da estação».

Para complemento da sua elegância e bom-gosto, está adornada com 3 cúpulas, sendo uma delas de grandes dimensões.

A cúpula central, que encima a estação, tem sido erroneamente atribuída a Gustave Eiffel. Na verdade, aquele engenheiro construiu muito, e há a tendência de lhe atribuir de tudo um pouco e não importa o que quer que seja. Mas, no nosso caso, há a prova documental que a mesma foi executada na África do Sul, devido às dificuldades de a mesma ser feita na Inglaterra, devido às dificuldades causadas pela 1ª Guerra Mundial.

 

As obras da nova estação, em tijolo cozido e cimento, com uma frente de 51 metros, iniciaram-se em 1908, vindo a nova estação substituir a primitiva, de madeira e zinco, localizada um pouco mais baixo, inaugurada em 1895, por Paulo Kruger. A sua conclusão viria a ocorrer em 19 de Março de 1910, sendo inaugurada em cerimónia informal, com a presença do Governador-geral da altura. Nessa ocasião, as mais altas autoridades da colónia e outras individualidades deslocar-se-iam até à missão de Sr. José de Lhanguene onde decorriam festividades destinadas à obtenção de fundos para as suas actividades.

Obras importantes viriam ainda a ocorrer a partir de 1913, tendo-se alterado profundamente a fachada do mesmo, de autoria do arquitecto Ferreira da Costa (autor também do edifício do «Banco Nacional Ultramarino», demolido em 1958 e da 1ª Esquadra, na rua Consiglieri Pedroso).

A execução destas obras foi administrada pela Secção de via e Obras dos Caminhos de Ferro, sob a direcção daquele arquitecto. Só a ornamentação do frontispício foi feita sob contrato, estando dela encarregado Pietro Buffa Buccellato. Estas viriam a ficar concluídas em 1916.