PR nos 123 anos dos CFMO Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi anunciou no passado dia 9 de Julho corrente, que os resultados positivos apresentados pela empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique são sintomáticos da evolução da nossa economia no período de 2015-2017 que culminou na redução de inflação de mais de 20% em 2016 para menos de 5% em 2017 e subida de reservas internacionais líquidas para garantir sete meses de importação de bens e serviços e a estabilização da taxa de câmbio do metical face ao dólar americano.

Filipe Nyusi falava duranta a sua visita aos CFM onde foi apresentado o desempenho Produtivo, Económico e Financeiro de 2017 a Maio de 2018 e Plano Estratégico da empresa 2018-2020.

Durante o período em análise, os CFM registaram um fluxo de caixa de operações em USD 88,3 milhões.
No seu discurso de análise sobre a situação económica do País, Filipe Nyusi disse que, no lançamento do novo ciclo de governação em 2015, assumiu como compromisso a construção de uma economia robusta e inclusiva e usou o pódio dos CFM para apresentar a avaliação do estágio da economia nacional e actualizar os moçambicanos sobre o nível dos nossos esforços.

Apesar da média de crescimento a 7% que Moçambique conquistou ao longo das últimas décadas, o modelo económico, afigura-se insustentável pelos baixos índices de produtividade e competitividade apresentados, pela crescente acumulação de dívida externa acompanhada pelo despesismo acentuado do Estado.

Para tal, o Chefe de Estado disse que era necessário imprimir reformas estruturais que assegurassem as grandes conquistas de desenvolvimento das últimas décadas, mas que, ao mesmo tempo, respondessem aos anseios da maioria dos moçambicanos, de construir uma economia de mais e melhores oportunidades de emprego, uma economia que responde ao principal desafio do povo Moçambicano, o combate à pobreza.

Ao longo destes três anos e meio, foram grandes os obstáculos que colectivamente enfrentámos e superámos na busca deste desiderato. Entre eles, destacou a crise financeira. Uma crise que, inicialmente, parecia confinada ao ocidente, mas que acabou por afectar a economia mundial por via da economia real. Uma crise com características distintas: assistimos assim à baixa das exportações e à queda dos preços dos principais commodities, com as economias do continente africano atingindo os valores mais baixos de crescimento das últimas décadas.

Na região da SADC, destacam-se a desaceleração das economias da África do Sul com um crescimento do PIB inferior a 1% e do Zimbabwe a 2.8 %.

Um dos grandes exemplos desta vertente da crise ocorreu no sector mineiro em Moçambique, com a queda do preço do carvão a nível internacional, que colocou em risco um dos investimentos estratégicos deste sector, efectuado pela Vale, empresa mineradora Brasileira que opera a mina de carvão de Moatize.

No período mais crítico da crise, os investidores aventaram a possibilidade de encerrar a operação. Entretanto, fomos capazes de assegurar a manutenção deste investimento estratégico como também de atrair um novo investidor de outra área geográfica. Refiro-me ao grupo Mitsui do Japão que reforçou o investimento na mina.

O trabalho árduo de diplomacia e negociação permitiu que fizéssemos a ponte do momento de crise para um momento próspero. As recentes recuperações dos preços do carvão vêm premiar esta abordagem estruturada por nós assumida.

A este exemplo de impacto na nossa economia, podemos acrescentar muitos outros, como a incapacidade de alguns clientes regionais da Hidroelétrica de Cahora Bassa de cumprir com os pagamentos em tempo útil de exportação de energia com impacto directo nas finanças da empresa e do País.

Para Filipe Nyusi, mesmo com estas limitações, fomos capazes de concretizar o investimento crítico na sua operação e ainda antecipar amortização do crédito internacional de um bilião de dólares que surgiu no âmbito da reversão.

A crise que enfrentamos nos últimos anos, caracteriza-se ainda pela redução do fluxo do investimento directo estrangeiro, facto determinante para o nosso crescimento, com uma redução de 4 bilhões de dólares americanos em 2015 para 2,2 biliões de dólares em 2017.

Finalmente, o Presidente da República anunciou que é com muito orgulho que a fórmula para o sucesso na superação da crises e união como um país, “reside no povo! Reside no operário, no camponês, no funcionário”, frisou o Chefe de Estado.

Veja aqui o discurso na íntegra