Linha FérreaSerá lançada em 2018 a primeira pedra para a construção da Linha Férrea Chitima – Moatize – Macuze, ligando as províncias centrais de Tete e Zambézia.

Trata-se de um traçado com uma extensão de cerca de 620 km de Chitima a Macuse onde será construído um Porto de águas profundas em Macuse, empreendimento a ser desenvolvido e explorado numa parceria público-privada, entre a Italian Thai Development Company Limited, da Tailândia com 60% e 40% repartidos pela metade entre os Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) e pelo Corredor do Desenvolvimento Integrado do Zambeze (CODIZA).

A nova linha férrea irá permitir o acesso às concessões carboníferas existentes em Tete, que actualmente não estão ligadas à rota.

O Porto de Macuse deverá ter capacidade para receber navios de até 80 mil toneladas, onde quatro companhias indianas com licenças para a exploração do carvão em Moçambique têm interesses e que precisam do recurso para alimentar as suas centrais térmicas naquele país asiático. A grande diferença com a linha de Sena e a de Nacala é que nestas exporta-se o carvão de coque, necessário para a indústria do aço, enquanto no projecto de Macuse as empresas estatais indianas vão escoar carvão térmico para a produção de energia na Índia.

Avaliado em mais de cinco mil milhões de dólares norte americanos, o Projecto Macuse vai instalar uma capacidade de transporte de, numa primeira fase, 25 milhões de toneladas/ano, capacidade que deverá aumentar gradualmente até 100 milhões de toneladas/ano.

O Porto de Águas Profundas de Macuse terá a capacidade de receber navios de grande calado que, não só vão transportar carvão mineral, como também outro tipo de mercadoria. Deste modo, países do hinterland, como Malawi, Zâmbia, Zimbabwe e RDC, poderão ter acesso ao Porto de Macuse através do Corredor do Desenvolvimento da Zambézia (CODIZA) e novas oportunidades de negócios poderão surgir através de pequenas e médias empresas que vão prestar serviços e o nascimento de armazéns ao longo da linha.

A linha férrea Moatize/Macuse e o respectivo porto vão complementar o sistema ferro – portuário existente nas regiões Norte e Centro do país, o que facilitará o rápido escoamento e criação de vantagens competitivas para as actividades de mineração e de transporte.

À luz do contrato de concessão, a Italian Thai Development Company Limited tem o direito de construir, operar, manter, gerir devolver esta rede ferroviária e o serviço ferroviário que lhe está adstrito, numa base em que se garanta a não discriminação de nenhum exportador de carvão e a garantia de alocação de capacidade suficiente para a carga geral e comboios de passageiros.

Um consórcio constituído pelo grupo português de construção civil Mota-Engil e pela empresa China National Complete Engineering Corporation assinou o contrato com a Thai Moçambique Logística Limitada para construir a linha de caminho-de-ferro Chitima – Moatize – Macuse com uma duração contratual de 44 meses.

No desenho inicial e aprovado pelo Governo, a linha cobria uma extensão de 500 quilómetros entre Moatize e Macuse, facto que foi alterado por necessidades das empresas mineradoras de carvão e de alguns bancos com interesse nestes investimentos, de ver a linha prolongada até Chitima, numa extensão de 120 km, igualmente na província de Tete.