A Empresa Portos e Caminho de Ferro de Moçambique (CFM) investiu, nos últimos 5 anos, mais de 910,3 milhões de dólares americanos em infra-estruturas e equipamentos, em alinhamento com o desenvolvimento dos Portos de Maputo, Beira, Nacala e Pemba; das Linhas de Machipanda, Sena e Ressano Garcia. Este investimento, segundo o presidente do Conselho de Administração (PCA) do CFM, Agostinho Francisco Langa Júnior, tem como objectivo dar uma melhor resposta à demanda cada vez mais crescente, sobretudo dos exportadores de minérios, e facilitar a vida dos residentes da grande região Metropolitana de Maputo.
O PCA do CFM apresentou esta informação no âmbito da assinatura da adenda ao acordo de Concessão do Porto de Maputo à favor da Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo (MPDC).
Segundo Langa Junior, nos últimos anos o sistema ferro-portuário moçambicano tem sido sujeito à enorme demanda, sobretudo dos países vizinhos, nomeadamente África do Sul, Eswatini, Zimbabwe, Malawi e Zâmbia. “É por isso que, no cumprimento do seu papel de dinamização do sector para torná-lo moderno, eficiente, competitivo e orientado ao mercado, o CFM investiu, nos últimos cinco anos, mais de 910,3 milhões de dólares em infra-estruturas e equipamentos, em alinhamento com o desenvolvimento dos Portos de Maputo, Beira, Nacala e Pemba; das Linhas de Machipanda, Sena e Ressano Garcia, e diversos equipamentos ferro-portuários”, sustentou.
Os investimentos realizados no sistema ferroviário Sul, de acordo com o PCA do CFM, visam aumentar a capacidade da Linha de Ressano Garcia de 13,0 para 24,0 milhões de tons/ano, duplicar a Linha, cuja primeira fase, numa extensão de 42 km, já foi concluída e custou 80 milhões de dólares de fundos próprios da empresa.
Igualmente, com fundos próprios, o CFM adquiriu seis locomotivas, orçadas em 23,6 milhões de dólares americanos; 350 vagões, do tipo plataforma no valor de 24,3 milhões de dólares, e 120 tanktainers, estimadas em 3,6 milhões de dólares americanos, totalizando 131,5 milhões de dólares americanos investidos.
Ainda no mesmo âmbito, vincou o PCA do CFM, “estamos a adquirir material circulante para a linha de Ressano Garcia que, consiste em 10 locomotivas e 420 vagões, dos quais, 300 são de bordas altas, para o transporte de minerais, e 120 tanktainers para combustíveis, num custo total de 68,4 milhões de dólares americanos”.
Realçou ainda que os investimentos a médio/longo prazo enquadram-se nas estratégias conjuntas com a MPDC, tendo em vista uma melhor resposta à demanda cada vez mais crescente, sobretudo dos exportadores de minérios.
É nesse âmbito que, após um complexo trabalho conjunto do CFM e MPDC, está previsto, para Março próximo, o lançamento de uma plataforma que permite a integração do fluxo de informação dos sistemas de ambas as partes, de modo que os dados possuídos pelo MPDC sejam partilhados em tempo real com o CFM e vice-versa, e, com isso, o processo de gestão ferroviária seja mais eficiente”, revelou.
Esta plataforma irá permitir que todos os intervenientes, nomeadamente, CFM, MPDC, clientes e agentes transitários, possam ter uma visualização do estado e localização das suas cargas, desde a mina até ao Porto, incluindo a previsão de chegada, assim como possibilitará ao CFM e à MPDC melhor planificação das operações.
“Como se pode depreender, a nossa vocação, como saída e entrada para o mar, dos países do hinterland, é uma necessidade imprescindível e devemos exercê-la de forma eficiente. Hoje, mais do que nunca, o país tem, com as suas infra-estruturas ferro-portuárias, excelente oportunidade para liderar o sector ferro-portuário ao nível da região. Podemos e devemos ser a base logística da região”, enfatizou Agostinho Langa Júnior.