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Equipa sénior masculina de basquetebol do Ferroviário de Maputo 2021A equipa sénior masculina de basquetebol do Ferroviário de Maputo partiu esta segunda-feira, 03 de Maio,  com destino à capital Ruandesa, Kigali, onde de 16 a 30 de Maio corrente vai participar da primeira Edição do Basketball Africa League, BAL, ou Liga Africana de Basquetebol, evento continental com gestão directa da prestigiosa Liga Norte Americana de Basquetebol, NBA,  com a parceria da FIBA-Africa. O Ferroviário de Maputo é o único representante moçambicano a participar do evento que conta também  com as restantes onze melhores  equipas de  diversos países africanos, nomeadamente, a GNBC (Madagáscar), Patriots (Ruanda), Rivers Hoopers (Nigéria), US Monastir (Tunísia), AS Police (Malí), AS Salé (Marrocos), FAP (Camarões), Petro de Luanda (Angola), AS Douane (Senegal), Zamalek (Egipto) e GSP (Argélia). Aliás, o conjunto de Milagre Macome está no Grupo C, o mesmo do Zamalek, GSP e AS Douane.

Iniciada a preparação para esta participação há quase oito semanas, entretanto sem jogos nas pernas em face de o país desportivo não estar a competir devido às restrições do governo de cancelamento das actividades desportivas por conta da Covid-19, o Ferroviário de Maputo segue para esta prova ciente das adversidades que vai encontrar, uma delas relacionadas à falta de ritmo competitivo.  Mesmo assim, Milagre Macome, treinador do Ferroviário, contudente quanto a condicionantes com as quais parte para Ruanda,  não esconde o desejo de passar à outra fase, ou seja, nos quartos-de-final, o que poderá  abrir  perspectivas para a participação direecta na próxima edição.

– “A equipa parte motivada e com  compromisso para disputar a primeira edição do Liga Africana de Basquetebol. Estamos orgulhosos de estarmos inseridos nesta prova e orgulhoso também pelo trabalho que os rapazes fizeram pelo apuramento para esta competição. Eu diria que em Março de 2020 estaria melhor preparado do que estamos  hoje, um ano depois. Vamos para uma competição tão exigente sem praticamente jogos de controlo. Durante os doze ou  treze meses que se passaram,  nós não conseguimos desconfinar o nosso basquetebol para permitir rodagem a equipa. Os nossos adversários estão todos a competir. Mas vamos fazer de tudo para dignificar o país naquilo que for possível e nos deixarem fazer. vamos entrar a pensar no jogo a jogo e tentando encurtar as diferenças. O ideal era que a estas alturas estívessemos no máximo das nossas capacidades e, infelizmente não estamos. Não é treinando durante doze meses que o jogador atinge a sua forma ideal. Infelizmente o nosso primeiro objectivo é a nossa participação e infelizmente não devia ser assim. Mas vamos firme, cabeça levantada, representar o país, ciente das dificuldades que nós vamos enfrentar e vamos jogar até aonde podermos”, explicou Milagre Macome.

Treinador do Clube Ferroviário e Capitão da Equipa 2021Por seu turno, Custódio Muchate, poste e capitão do Ferroviário transmitiu o sentimento que caracteriza o conjunto, que é de chegar a Kigali e representar condignamente o clube e o país.

– “Há um compromisso individual e colectivo naquilo que é também o compromisso do Ferroviário e do país nesta nossa participação na BAL. Queremos participar de forma condigna. Estamos certos que vamos para esta  competição sem jogos mas não podemos claudicar e permitir que as coisas aconteçam por si. Há um esforço a dobrar que teremos que fazer. O nosso treinador percebe das limitações que temos e ao mesmo tempo que gosta de ganhar e isso faz sempre a diferença. Portanto,  apesar dos condicionamentos estamos motivados e a trabalhar bem para tentarmos passar para a outra fase”, vaticionou.

Clube Ferroviario Custódio Muchate e Ivone BuqueA Secretária-Geral do Ferroviário de Maputo, Ivone Buque, assegurou estarem minimamente criadas todas as condições para uma estadia prolongada da equipa em Kigali, fruto do apoio directo da empresa patrocinadora, CFM, a qual não faltam palavras de apreço.

– “O Ferroviário preparou-se  minimamente para esta deslocação e desde já queremos agradecer o apoio dado pela empresa mãe, Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique que envidou esforços para ver-se conseguia cobrir toda a logística. É claro que esta prova tem uma comparticipação especial da NBA mas nós temos que enaltecer o papel dos CFM para esta deslocação”, vincou.

Outrossim, Isidro Amade, Director Desportivo dos “locomotivas” corroborou com o descurso do seu treinador ao não esticar a corda em torno dos objectivos que o Ferroviário persegue neste prova. Tal como  Milagre Macome, a fórmula de jogar do Ferroviário será pensar jogo a jogo.

– “Estamos num tempo atípico em que internamente não há competição. Foram quase dois anos sem jogar. Estamos cientes de que levamos o país nas costas e apesar destas condicionantes a nossa representação tem de ser a melhor possível. Temos uma equipa jovem e reforçada com jogadores que se encaixaram no nível do nosso orçamento. O nosso primeiro objectivo é participar da competição. Estamos entre as doze melhores equipas africanas e isso é uma honra muito grande para o país e para o Ferroviário. Em função daquilo que vamos encontrar, vamos tentar passar a primeira fase apesar de reconhecer que poderá ser um pouco difícil tendo em conta as dificuldades acima apresentadas”, analisou.