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Porto da Beira 2020 1O Porto da Beira está em condições para manusear, em dois meses, o recorde da carga do Malawi dos últimos anos, designadamente cerca de 180 mil toneladas de fertilizantes, segundo garantias dadas neste sentido pela Cornelder de Moçambique, entidade gestora daquele recinto.

Jan De Vries, Administrador-delegado da Cornelder de Moçambique, que falava, sábado (31/10), ao Jornal Notícias de Moçambique, durante uma visita de trabalho do Ministro dos Transportes e Obras Públicas do Malawi, Sidik Mia, sublinhou que sua instituição tem alta experiência de logística neste domínio.

Trata-se, conforme apurámos, de um projecto bastante ambicioso da prática da agricultura comercial a ser introduzido naquele território ainda nesta época agrária 2020-2021 que, na globalidade, fixa o alcance de um horizonte de 255 mil toneladas de fertilizantes, das quais 75 mil toneladas deverão ser manuseadas pelo Porto de Nacala e as restantes 180 mil através do Porto da Beira.

Contudo, a fonte aconselhou que não se deve trazer toda aquela carga prevista para um período máximo de um ano em apenas dois meses, sobretudo com a limitação do número de camiões e intransitabilidade da Linha de Sena no ramal Mutarara-Vila Nova de Fronteiras com Malawi, descrevendo que a intenção de reconstrução daquele troço é crucial no incremento de escoamento da carga.

Mesmo assim, Jan De Vries admitiu que, para o alcance daquela meta, exige-se, necessariamente, uma perfeita sincronização, entre o Governo daquele país e a entidade portuária da capital provincial de Sofala, sobretudo na componente logística, com vista a permitir maior fluxo da carga em alusão.

"Se nós (Porto da Beira) descarregarmos a mercadoria e registar atraso no escoamento rodoviário ou deficiente desembaraço nas fronteiras e lentidão na recepção, afinal, a carga não vai fluir, devendo ficar entalada. Portanto, é muito importante o dialogo para juntos melhorar o sistema logístico, mas estamos confiantes que vamos conseguir"- referiu De Vries..

Ainda este ano, o Porto da Beira manuseou muita carga de fertilizante da Zâmbia e Malawi, sendo que, num curto espaço de tempo, aquele ultimo país decidiu multiplicar a mercadoria para uma produção agrícola, em grande escala.

Tudo isto, acontece numa altura em que a cidade da Beira se apresenta com limitação de camiões e armazéns, sobretudo resultante da destruição durante a passagem do ciclone tropical Idai, em Março do ano passado.

Neste momento, a principal carga contentorizada de e para o Malawi manuseada pelo Porto da Beira é constituída por tabaco, chá, açúcar, adubo incluindo cereais, como milho e trigo.

Pela pandemia do novo coronavírus, aquele complexo encontra-se num processo de organização de procedimentos administrativos, no âmbito de distanciamento físico, sendo que maior constrangimento vai para a falta de reparação de um guindaste robusto por respectivo técnico ainda se encontrar retido no estrangeiro, com o bloqueio das fronteiras.

Tal afecta negativamente o empenho operacional daquele recinto, em termos de produção e produtividade, sujeitando-se mesmo a movimentação dos navios para guindastes fixos no carregamento e descarregamento da mercadoria de e para os tradicionais operadores, como o Zimbabwe, a Zâmbia, Malawi, Botswana e RDCongo.

Isto repeliu o movimento dos operadores, mas, por outro lado, registou-se a entrada de outros Agentes Transitários, esperando-se que, em 2021, a economia venha a fluir normalmente.