LOCOMOTIVA PAUL KRUGER 1895A Empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique celebra hoje, 125 anos. O Caminho de Ferro, símbolo incontornável de mudança e progresso, chegou a Moçambique em 1895.

Foi a 8 de Julho 1895, que iniciou oficialmente a primeira ligação ferroviária entre Lourenço Marques (actual Maputo) e o Transvaal (actual Pretória) na República da África do Sul. A inauguração oficial da Linha férrea Lourenço Marques – Transval foi um acontecimento extraordinário para a época e marcou o início de uma nova era, pois permitiu que um dos grandes avanços tecnológicos da Revolução Industrial – o caminho de ferro – chegasse a Moçambique.

A primeira ligação ferroviária materializou a vocação geo-estratégica de Moçambique – como País provedor de serviços e permitiu a constituição da espinha dorsal de um sistema e de uma logística de transportes que se desenvolveu até aos nossos dias.

BOEINGS DA DETA AEROPORTO DE L. MARQUESO CFM está na origem da rede ferroviária que liga os portos moçambicanos ao hinterland. Para além da África do Sul, a rede ferroviária liga ao mar o Zimbabwe, o Malawi e até a Zâmbia. Em 1930, o CFM desenvolveu o transporte rodoviário, através da Camionagem Automóvel e, em 1936, introduziu e explorou o pioneiro transporte aéreo com a DETA. Curiosamente, esta linha área tinha como designação Linhas Aéreas de Moçambique, que viria a estar na origem da actual LAM.

O CFM permitiu o desenvolvimento do País e está na base de criação das nossas cidades, estão na origem do progresso para o interior com o aparecimento de vilas ferroviárias e outras, que beneficiaram socialmente das suas facilidades – abastecimento de água e energia eléctrica -, que beneficiaram culturalmente e desportivamente, com os clubes ferroviários e com as actividades de índole associativa e de entretenimento.

Os Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique permitiram ainda, a afirmação de um novo País, que emergiu em 1975, após a saga libertadora do seu Povo. A importância geo-política e geo-estratégica de Moçambique, no quadro da Linha da Frente da África Austral, a nível continental e no concerto das Nações também deriva e passa, sobretudo, pela importância dos seus portos e das suas infra-estruturas ferroviárias.

Reabilitação de ViasNos anos 80, o CFM iniciou a reabilitação de vias destruídas durante a guerra dos 16 anos bem como a transformação e modernização dos seus portos. Assim foi na Linha do Norte, ainda na década 80, tal aconteceu no Porto da Beira nos anos 90, ou na Linha do Limpopo, também nos anos 90.

Hoje vivemos um novo contexto: a Empresa e o sector empreenderam uma transformação estrutural. Operadores privados, nacionais e estrangeiros, dão o seu contributo ao sistema. Existe uma nova dinâmica, impulsionada pelo contexto de um país que cresce em termos económicos e que se agiganta perante os desafios do futuro.