Linha de Machipanda Linha FérreaA linha férrea que liga o Porto da Beira ao Zimbabwe, passando pela província de Manica vai beneficiar, a partir de Agosto próximo, até 2021, duma reabilitação para auferir, desta Linha, capacidade de escoamento de mercadorias de e para o Porto da Beira, em condições de segurança.

O transporte de mercadorias nesta via é efectuado pela via rodovia e, pela ferrovia, os comboios levam longas horas de viagem pelo facto de não poder exceder 30km/h devido ao estado da linha férrea.

O CFM transporta nesta Linha, anualmente, cerca de 300 mil Toneladas. Com a reabilitação da mesma poderão ser transportadas até 300 milhões de toneladas por ano, o que irá representar um grande ganho para a Empresa e para os Clientes, principalmente da República do Zimbabwe.

Linha de Machipanda Estação de GarusoA Linha de Machipanda, com uma extensão de 318 km, é crucial para a economia do vizinho Zimbabwe e para a região centro de Moçambique. Existem ao longo da via 14 estações e 29 Apeadeiros.
As obras estão orçadas em USD 200 milhões fundos da empresa.

A história da linha de Machipanda

A construção da Linha de Machipanda resultou dum compromisso de Portugal após a assinatura de um tratado com a Inglaterra, em 1891. A construção começou do rio Púngué à fronteira de Manica com Zimbabwe. Escolheu-se o ponto de partida da linha férrea a partir duma planície à margem do rio Púngué, onde as chuvas e as cheias depositavam espessas camadas de água e que esse chão alagado a que se deu nome de Fontesvila, foi aforado por exorbitantes preços. Fontesvila corresponde hoje à região onde se ergue ponte sobre o rio Púngué, também conhecida por Ponte Dona Ana.

O primeiro estudo de construção da Linha Beira – Machipanda esteve a cargo do Capitão Renato Baptista sob as ordens do Comissário Régio António Enes, pelo Ofício de 13 de Agosto de 1891, no seguimento da decisão do Governador geral de Moçambique, datado de 18 de Junho do mesmo ano. O estudo do traçado da linha teve em conta a melhor alternativa entre os vales rios Púngué e Buzi para um ponto do porto da Beira facilmente acessível a embarcações de carga e descarga.

Os primeiros trabalhadores da linha foram recrutados da província da Zambézia em número de 200, sendo que 30 deles pereceram na Beira antes de chegar ao destino por doenças de sarnas e bexiga.

Porém, o estudo do Capitão foi no mesmo ano interrompido a favor da Companhia de Moçambique que fora contrata pelo governo de Portugal e esta, por sua vez, concessionou a construção da linha ao holandês Henry Theodore Van Laun. Impossibilitado de cumprir os prazos, Henry passou o contrato à British South Africa C.o de Cecil Rhodes que executou o projecto.

Na década 80 a linha foi cortada pela destruição da ponte Dona Ana pelas tropas de Ian Smith que lutava contra as tropas revolucionárias pela independência do Zimbabwe. A sua reposição ocorreu depois da assinatura dos Acordos Gerais de Paz em 1992.

A Linha de Machipanda está integrada no Corredor de Desenvolvimento da Beira ligando o Porto da Beira que é constituído por um cais contínuo de 1680 m, localizado na província central de Sofala, a 10 km da foz do estuário do rio Púngué. Do porto da Beira partem duas Linhas com extensão total de 964 km: a Linha de Sena liga às províncias de Sofala e Tete com influência em Manica e Zambézia e com as Repúblicas do Malawi e Zâmbia e Região do Grandes Lagos e a Linha de Machipanda liga o Porto da Beira coma República do Zimbabwe, servindo, igualmente, o Botswana, a Zâmbia e a República do Congo.